A ilha está a 27°09' de latitude sul e a 109°26' de longitude oeste.
Traduzindo para o português claro: você está sobre o solo mais distante
de qualquer lugar povoado do planeta, em pleno Oceano Pacífico, a 4.100
km do Taiti e a longos 3.700 km da costa da América do Sul. Ela está
longe, mas não está sozinha.
A Ilha de Páscoa, cujo nome é uma
referência ao domingo de Páscoa de 1722, em que foi (re)descoberta por
navios ocidentais, é uma das três extremidades de um triângulo
imaginário formado pela Nova Zelândia e pelo Havaí, ilhas localizadas na
chamada Oceania Remota. Mais do que formar uma imensa área de milhões
de quilômetros quadrados, esse conjunto de territórios distantes tem em
comum a mesma origem polinésia e um certo gosto por histórias
intrigantes.
E é ali, em Te Pito o Te Henua (no "umbigo do
mundo", no idioma local), que viajantes de bom gosto encontram os
melhores e mais distantes mistérios de uma gente que decidiu ir longe
para fincar, entre tantos outros enigmas, estátuas gigantes que parecem
reverenciar seus criadores rapa nui.
Não há dúvidas de que essas belas esculturas feitas com rochas vulcânicas são o cartão postal mais divulgado de Páscoa. No entanto, as opções de atrações são tão variadas quanto os questionamentos formulados sobre essa pequena ilha de quase 170 km². As descobertas vão além dos olhares distantes dos moais.
Não há dúvidas de que essas belas esculturas feitas com rochas vulcânicas são o cartão postal mais divulgado de Páscoa. No entanto, as opções de atrações são tão variadas quanto os questionamentos formulados sobre essa pequena ilha de quase 170 km². As descobertas vão além dos olhares distantes dos moais.
A ilha é o topo de uma imensa cadeia rochosa que teria se formado há
uns 3 milhões de anos e que se esconde a 3 mil metros no fundo do mar.
Foi a partir de grandes explosões vulcânicas que surgiram lugares de
beleza rara, em todo o mundo, como os vulcões Rano Kau e Rano Raraku.
É tanta energia concentrada em um pedaço tão pequeno de terra que até
os polinésios vindos de rincões distantes escolheram aqueles lugares
para seguirem seus rituais espirituais. E para apreciar esse cenário o
esforço é mínimo, já que o ponto mais alto da ilha tem apenas 511
metros. Difícil mesmo é entender tanto mistério.
Sob aquelas
pontas rochosas que um dia foram o berço de lavas quentes se escondem
outro mistério de Páscoa: as cavernas subterrâneas interligadas por
escuros e largos corredores naturais formados pela passagem, há milhões
de anos, daqueles trabalhos vulcânicos. A princípio, entrar em uma delas
pode parecer uma ideia amalucada de algum guia irresponsável. Mas
quando os primeiros metros são ultrapassados, abrem-se amplos salões de
pedras com janelões naturais com uma vista única do Pacífico.
A
controvertida trajetória de Rapa Nui, que em língua polinésia quer dizer
"ilha grande", parece ter seu início com a chegada de um grupo
proveniente da Polinésia com o objetivo de colonizar novas terras.
Liderada pelo rei Hotu Matu'a, aquela gente teria chegado entre os
séculos 4 e 8. Sua complexidade e organização deram origem, entre tantas
outras histórias, a um dos mais intrigantes mistérios da ilha: os
moais.
Primeiro, eram erguidos os ahus, as gigantes plataformas
cerimoniais de pedra; e logo vinham as imensas estátuas com cabeças
grandes e mãos sobre o corpo que eram encomendadas como homenagens aos
chefes das tribos locais ou a ancestrais transformados em divindades.
Acredita-se que essas construções aconteceram em três períodos: entre os
anos 800 e 1000 d.C., entre 1000 e 1200 e, logo, entre 1200 e 1600, do
qual pertencem a maioria dos moais encontrados, atualmente, em toda a
ilha.
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